Cara super gente boa, batalhador!
Nando, obrigado por ter cedido a entrevista e como disse, "vamos que vamos pois o rolê não pode parar!"
GRAFFITI EM MARINGÁ - POR NANDO GRAFITEIRO
-Nando gostaria de agradecer o espaço e a atenção dispensada para responder as perguntas que seguem. A maioria da população, não só de Maringá mas acredito que a grande maioria do Brasil acreditam que Grafiteiro e Pichador são as mesmas pessoas. Isto é muito comum? No que difere o Graffiti, do piche, o pichador do grafiteiro?
Eu que agradeço, é ótimo ver que o Graffiti está ultrapassando os limites da rua.
A linha que divide essas duas pessoas é muito estreita, isso quando há um propósito de se expressar e protestar ou passar uma mensagem, com tudo isso o grafiteiro, tem o objetivo artístico, principalmente nas áreas urbanas, levar as combinações das cores. Cada artista com sua visão pra deixar para cada pessoa que passe naquele local pode ser mais alegre e muitas vezes com uma mensagem boa. Já o Pichador, normalmente usa uma cor, alguns usam para se expressar com um propósito, mas a maioria é pra depredar mesmo.
-O graffiti em Maringá é um assunto pouco debatido, a maioria da população apenas vê os desenhos, mas não enxerga o que realmente a pessoa, artista quis passar. Em seus trabalhos, o que você tenta passar? Segundo Skorface, a maioria passa o momento atual do país ou o que ele está sentindo no dia. Com você acontece o mesmo?
Tento, na maioria das vezes engrandecer o nome de Jesus Cristo o meu único e suficiente salvador.
-O NaNDo de spray na mão é o mesmo Nando do dia a dia?
Não mesmo, o Graffiti é só esporádico, mas tem relação com as tintas sim. Sou pintor de prédios, trabalho aqui em Maringá e em outras cidades da região. Este tipo de profissão é pouco encontrada no Paraná.
- No skate temos a palavra “pico” para designar o local onde a pessoa está andando ou que tenha andando ou ainda que tenha vontade de andar, um local que ela imagina que seja ideal para realizar manobras, seja pela existência de obstáculos, pelo visual etc. Como o grafiteiro escolhe o lugar onde realizará seu trabalho?
Na nossa exploração pela city é considerando todo o espaço a ser trabalhado, procuramos áreas destruídas pela ação do tempo, casas abandonadas, locais que se transformem depois que nossas artes passarem por ali.
- Skorface diz que não sente preconceito em relação ao seu trabalho, pois tudo depende de como você lida com a situação, você sente que as pessoas ao se depararem com a ideia de que você faz grafite sintam receio?
Quando visto o desenho no começo pelo esboço, as pessoas não entendem e condenam, mas depois de pronto tem uma aceitação bem positiva. Mas sempre tem os ‘espírito de porco’ sem cultura, que faz questão de não entender.
- Qual é o maior inimigo de um grafiteiro?
Os ‘espírito de porco’ sem cultura! Mas a gente sempre da um jeito de vencer isso.
- Ter uma pichação coberta por outra é comum entre os pichadores, no grafite existe esta “disputa” de quem cobre o trampo do outro ou de quem faz o desenho maior, mais alto?
Aqui em Maringá os grafiteiros são amigos, não tive o trampo atropelado a não ser pelo crescimento das cidades, com novas construções, eliminando nossas ruínas redecoradas. Mas faz parte.
- Como conheceu o graffiti?
Comecei quando criança a desenhar na escola, meus professores ficava “de cara” comigo porque ficava mais desenhando do que estudando, mas cresci, há uns 7 anos atrás vi que meus desenhos tinham que sair do papel e expor minhas ideias pra city e para o mundo.
- Alguns de seus trabalhos trazem uma figura de um garoto, percebo a existência de um movimento. Existe a intenção de dar uma perspectiva de movimento em seus trabalhos? Muitos parecem imagens 3d.
Tento passar essa ideia sim, pra dar mais conteúdo ao trabalho, mas tenho muito a aprender e uso a rua como instrumento de aprendizado, a famosa ‘Faculdade da Rua.
- A internet hoje faz com que tudo se espalhe muito depressa, como é a relação das redes sociais com o graffiti? Acredita que através dela o graffiti conseguirá atingir maiores pessoas e acabar com o preconceito que ainda faz a cabeça da maioria?
Com certeza é o nosso principal aliado, pois conseguimos saber o que acontece no cenário do graffiti no mundo todo e vai acabar com os paradigmas sobre este assunto.
- O graffiti movimenta também um mercado, música, roupas, acessórios e principalmente produtos como sprays, canetas, tintas especiais etc... O mercado Europeu fatura muito com a venda destes produtos, no Brasil, Graffiti é uma arte cara para seus artistas? É abundante os produtos destinados para o Graffiti ou são raras às vezes em que se encontra tais produtos?
Como é feito fora do país lá é barato e fácil de conseguir, mas aqui é pouco acessível e quando encontra é muito caro na nossa região, temos que comprar longe, mas tenho uma marca de roupas a ‘Xcelent’ direto da rua: basquete, graffiti, skate, é rua toda. Estou lutando pra trazer os artigos de Graffiti para Maringá, pra aumentar e fortalecer o cenário do Graffiti na nossa região.
Nando, obrigado pela entrevista! Parabéns por seu trabalho!!!
Valeu pela oportunidade, agradeço a todos que gostam e admiram o graffiti, pois a arte tem sido confundida com o vandalismo, vou continuar lutando enquanto houver preconceito. Tirando isso de boa, vamos que vamos que o rolê num pode para!
Quer falar com o Nando?
Cel: 44-99674600
Um comentário:
Esqueci de agradecer todos os parceiros do corre estamos juntos ae direto nos rolês, VLW BREJO, DRS, SPANE, INF89. É NÓIS...
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