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quarta-feira, 18 de abril de 2012

GRAFITE DE PORTA ENTREVISTA - STONE FERRARI

Estamos iniciando uma nova seção aqui no blog, ENTREVISTAS.
Para dar início a seção ninguém mais ninguém menos do que o músico, produtor, compositor, engenheiro de som Stone Ferrari nos deu o prazer de responder a algumas perguntas.

Confira abaixo a entrevista concedida no dia 18/04/2012.



Nome: STONE FERRARI

Idade: Eu nasci a 10 mil anos atrás. (risos)

- Primeiramente gostaria de saber um pouco de sua história, sei que viveu em São Paulo onde trabalhou com artistas como Nação Zumbi, produziu para nomes conhecidos internacionalmente, como foi esta experiência, o que ela trouxe para o Stone que conhecemos hoje?

Me envolvi com música aos 13 anos de idade, a partir dos 16 anos comecei a trabalhar pessoalmente, desde então trabalho única e exclusivamente com música. Tocando, produzindo, gravando e operando P.A.
Já tive uma casa de shows, “ABASE” e uma loja “JAY PEE” voltada para música, essa experiência me levou a ter certeza que vou trabalhar sempre com música

- Quem é o Stone Ferrari fora dos palcos?

Um cara que trabalha muito, compondo, estudando, trabalhando em estúdio e operando P.A. As vezes produzindo e realizando shows de terceiros.

- Lembro de você, desde a época da Jay Pee, eu ia lá com a pirralhada toda, depois da aula para dar uma olhada nas camisetas e nos acessórios que você vendia na loja.
Hoje eu ainda vejo que em Maringá, temos um grande déficit de lojas que vendam vinil, camisetas de bandas, coturnos, pulseiras etc... Objetos que em Curitiba, São Paulo, encontramos com grande facilidade. Acha que existe uma resistência, ou até um mesmo preconceito em relação a outros estilos que não sejam o sertanejo, estilo que é mais presente na cena maringaense.

Aqui é interior, a maioria das pessoas descendem de famílias que vieram do campo, acho normal se você pensar que a cidade tem 60 anos.
Lógico que eu gostaria que estivéssemos mais sintonizados com os grandes centros nesse sentido.

- Hoje você ainda trabalha como produtor, técnico de som (me corrija se eu estiver errado) e ainda toca nos bares da cidade, como Chopp Time, Butiquim e UP! Como conciliar a rotina?

A palavra técnico de som sempre é motivo de risos, pois não concertamos nada. Acho que engenheiro de áudio ou operado soa melhor.
Minha rotina é essa mesmo.

- Li em seu site, um Release, muito bom, escrito por Rafael de Souza, contando um pouco sobre Stone Ferrari, destaco algo que ele falou que eu observei quando ouvi suas músicas, percebo sempre este toque vintage, o teclado que me lembra The Doors, uso de uma acordeom e ao assistir vídeos vemos gravadoras de rolo, luzes psicodélicas, como diz Rafael. Quais foram as suas influencias? Já vimos rock com orquestra, violas etc... acha que música tem necessidade dessa integração de instrumentos, desde a guitarra do rock n’ roll até uma viola caipira?

Sou um apaixonado por equipamentos e a muito tempo venho adquirindo ferramentas, instrumentos, gravadores, microfones etc... que acabou usando em minhas músicas. Acho que sou influenciado por todos e por ninguém ao mesmo tempo, meu gosto é variado e a essa altura da vida, muito variado.
Quando compomos uma música, a melodia, a letra, o clima dela, me dá uma visão pronta, pode ser com voz e violão ou uma bateria eletrônica com distorção.
Eu não me prendo a formatos.

- Se tivesse que escolher uma música e um artista dentre todos que já ouviu ou tocou, qual seria?

Uma ou um só não tem como.

- Quem é o Stone Ferrari em relação a política social, economia do país, em relação ao Brasil?

Um decepcionado.
Esperava um Brasil mais justo já que somos tão agraciados pela natureza, mas a corrupção parece nunca ter fim. É revoltante!

- Sempre que posso tento comprar livros para ler nas horas vagas. No Brasil, livros são caros, pagamos cerca de R$ 30,00 a mais de R$ 100,00 enquanto temos no EUA livros a U$ 2,00. Convertendo para real teríamos ainda a metade do valor. A arte seja ela escrita, em forma de música, de desenhos ou pinturas é deixada de lado no Brasil? Falta incentivos para músicos?

Na verdade somos o terceiro mundo porque para nós tudo é mais caro né?
Você pode ver o preço de veículos, tecnologia e tudo mais, para a gente sempre custa 3 vezes mais.
Músico no Brasil tem 3 estágios, eu penso.
1 – Ser músico é atividade marginal;
2- Profissionais como eu, fora da minha área não são levados a sério;
3- Quando o cara faz sucesso, ai ele é artista etc e tal.
Incentivos para músicos, aqui em Maringá não tenho conhecimento. Nunca me incentivaram não, eu fui na raça!

- Como é viver de música, ser um artista independente?

Eu vivo bem de música porque sou um faz de tudo em música e corro atrás, não tenho preguiça.
Ser um artista independente é nadar conta a correnteza.
As vezes você realiza um grande feito,  mas não acessa as pessoal que realmente poderiam consumir o seu trabalho, mas o que eu faço é arte, não é só apenas música, vai além.

- Particularmente, gosto muito da música O Tiro e A Escrava, faixas 2 e 3 do Cd Ao Vivo. O tiro, para mim mostra a idéia de camadas sociais, retrata a favela e as classes mais abastadas e a escrava, é uma das melhores músicas, poesia para se ouvir! Fala muito essa música, uma puta realidade para o Brasil, “Entre, sente-se, sinta a vontade”.  No que você se inspira para escrever suas músicas?

Essas músicas são feiras em parceria com o poeta A.MAZONAS, temos idéias gêmeas e uma visão bem parecida sobre a vida.
A inspiração é imprevisível, mas esse tipo de música é baseada na vida real mesmo!!!

- Você me adiantou que estará entrando em estúdio em breve e sei também que esteve em São Paulo neste mês, tem novidade vindo por ai! O que podemos esperar do novo Cd? Tem data prevista?

Temos muitas composições e já temos um conceito para dar unidade a certas canções, já tem gravações em andamento, mas está bem verde ainda.
Estamos amadurecendo certas idéias e teremos alguns convidados ilustres participando.
Não temos data prevista.

- Primeiramente gostaria de agradecer a participação no Grafite de Porta, ter topado de imediato a proposta de ser entrevistado. Sucesso para Stone Ferrari! Gostaria de terminar com a pergunta mais clichê de todas. Stone você ainda sente o “frio na barriga” antes de subir em um palco e tem aquele mesmo discurso de que quando o frio na barriga acabar não terá mais sentido cantar?

Eu que agradeço o convite e o espaço.
Sempre dá uma adrenalina básica antes de entrar para um show é biológico.
EU VOU DE MÚSICA ATÉ MORRER.

Agradeço Stone Ferrari pela participação no blog!
Estaremos sempre acompanhando as novidades a respeito desde grande artista de talento nato!
Obrigado Stone!

Acompanhe o trabalho de Stone Ferrari

Site - Disponível o download do "Cd Ao Vivo" 




Letras das Músicas - Terra Música 


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